Este post compila as opiniões deixadas por leitores sobre os hotéis em que se hospedaram na Provence e na Côte d'Azur. Os hotéis estão organizados por ordem alfabética de localidade.
Melhor base: Nice
Permanência: o mínimo para dar conta basicão, em ritmo puxado, são 4 dias. Você pode dedicar o dia de chegada a Nice e fazer, nos dias seguintes, passeios a Mônaco + Èze, a Haut de Cagnes + St.-Paul + Antibes e a Grasse + Cannes. Com menos do que 4 dias, vai precisar selecionar os passeios. Com mais de 4 dias, poderá passear com mais calma e aproveitar a praia -- ou se mudar para St.-Tropez, que é perfeita como segunda base. Uma semana é a permanência ideal para não sair da Côte sem ter visto/experimentado o que vale mais a pena.
costa
Nice é muito mais do que um balneário: é uma cidade de verdade, que tem vida própria o ano inteiro. Por isso considero Nice o lugar mais interessante -- diverso, animado -- para estabelecer base na Côte. Seu centro histórico é uma graça e tem um mercado autêntico, no Cours Saleya, que funciona de terça a domingo (6h às 13h30). A praia tem pedrinhas, mas as plages (as barracas de praia francesas) têm passadeiras de sisal entre as espreguiçadeiras, para não machucar os seus pezinhos. O mar tem uma linda tonalidade azul-celeste. Se eu fosse você, me hospedava no centro histórico; a região do porto tem uma saída superconveniente para as Corniches. Eu fiquei no Ibis Budget Nice Vieux Port. Na mesma região estão o Le Genève e o econômico Campanile Nice Acropolis. Ali perto, e também fácil de chegar e sair para quem está de carro, o Mercure Nice Marché aux Fleurs é uma boa opção.
Mônaco está a apenas 20 km. Você pode ir de carro (esse roteiro aqui, modéstia às favas, é campeão) ou de trem (22 minutos). Em ambos os casos, faça uma parada na ida no vilarejo de Èze, no alto da montanha, no meio do caminho.
Antibes, a 22 km, um pouco antes de Cannes, tem um centrinho histórico murado à beira-mar que é puro charme. Também é uma boa alternativa a Nice para montar base (veja hotéis aqui), se você prefere evitar cidades maiores. Está a 21 minutos de trem. De carro, Antibes compõe um roteiro triangular perfeito de um dia com Haut de Cagnes e St.-Paul.
Cannes está a 32 km e permite que você imagine os artistas chegando pela Croisette ao Palais des Festivals. Mas não espere muito do centro histórico. Há bons restaurantes e bares, mas que existem em função dos turistas, sem aquela cor local do centro de Nice. De trem são 32 minutos. Dá para combinar com um pulinho antes em Grasse, tanto de trem quanto de carro.
St.-Tropez está a 112 km pela auto-estrada e 120 km pela costa, mas não é um bate-volta muito aproveitável. No verão você vai pegar muito engarrafamento (a costeira estará totalmente parada, assim como o trecho final na tortuosa estradinha entre a auto-estrada e St.-Tropez, caso você vá por fora). St.-Tropez tem pouco o que ver e muito o que curtir: o bacana aqui é veranear, pegando praia num dos clubes de Pampelonne (como o mítico Club 55, o badaladinho Nikki Beach -- em julho e agosto é bom reservar -- ou qualquer outra plage) e curtindo a noite do centrinho histórico. Não há trem para St.-Tropez; a estação mais próxima fica em St.-Raphaël (1h de trem de Nice); você segue de ônibus local da estação até St.-Tropez.
A montanha
As montanhas que acompanham a costa escondem vilarejos adoráveis.
Èze está a 13 km na direção de Mônaco e se equilibra precariamente na beira de um precipício, em torno de um castelo medieval.
Ao sul de Nice, Haut de Cagnes (15 km) é um bibelozinho superpreservado. De transporte público, pegue o ônibus 400 de Nice ou o trem (15 minutos) até Cagnes-sur-Mer; lá prossiga no ônibus local para a cidade antiga, que fica (como o nome sugere) nos altos do balneário.
A mais fotogênica das cidades da montanha é St.-Paul (20 km de Nice) cuja pracinha na entrada funciona como campo permanente de pétanque. As vielas da cidade murada lembram as de Èze -- só que com lojas mais sofisticadas. O trem não chega a St.-Paul, mas ônibus 400 de Nice deixa você lá (você pode pegar também no meio do caminho, em Cagnes-sur-Mer, depois de ter visitado Haut de Cagnes).
Finalmente, a razão de ir até Grasse (43 km de Nice) é fazer uma visita a uma de suas perfumarias, como a Fragonard, para conhecer o processo de criação e fabricação de perfumes. Grasse está a 1h15 de trem de Nice e 30 minutos de Cannes.
Não se engane com as distâncias
No mapa, tudo está pertinho. Só que o trânsito na costeira é bastante lento (em julho e agosto, totalmente engarrafado). Sair da cidade para pegar a auto-estrada também é embaçado. Não tenha planos muito ambiciosos para os seus dias para não se estressar. Em agosto, ir pela costa de Nice a St.-Tropez é enlouquecedor; prefira a auto-estrada.
Quando ir à Côte d'Azur
Entre o fim de maio (quando acontece o festival de cinema de Cannes) e meados de setembro tudo estará funcionando e vai dar até para pegar praia. Entre outubro e abril, o frio tira muito do encanto da região. Agosto é indicado apenas para quem quer ficar parado num lugar e ir à praia ali todos os dias; turistar pode ser um suplício por causa do trânsito.
Provence
Lourmarin
Melhor base, de carro: Lubéron
Melhor base, sem carro: escolha entre Aix-en-Provence e Avignon
Permanência: para fazer o basicão você vai precisar de 4 dias: um dia para percorrer o Lubéron, outro para Aix, outro para Avignon e um quarto para ir a St.-Rémy + Les-Baux. Dias suplementares podem ser usados para brincar de Lubéron com mais calma, ver a feira em L'Isle-sur-la-Sorgue, dar um pulinho nas Gorges du Verdon, ver as Calanques, dar um rolê por Marselha ou ir às cidades romanas de Nîmes ou Arles. Com uma semana (dividida entre duas bases) você já sairá com a sensação de não ter deixado nada muito essencial para trás. Com 10 dias (divididos entre três bases) você terá visto e curtido o melhor da região. As bases
O Lubéron é um parque nacional que abriga um rosário de vilarejos tombados pelo charme e pelo bom-gosto. Gordes, no coração do Lubéron, está a 40 km de Avignon, 75 km de Aix-en-Provence e 250 km de Nice. Este é o território dos livros de Peter Mayle sobre a Provence -- e é onde mora o tal "estilo provençal" que você vê nas revistas de decoração. As estradinhas são todas vicinais, e não há indústrias nem arrabaldes feios a macular os seus deslocamentos. Se você não precisa de igrejas, ruínas, museus e monumentos, talvez nem queira sair daqui: passar os dias entre a piscina do hotel e um mercado provençal (pegue a lista no seu hotel) e um restaurante num outro vilarejo já configura férias inesquecíveis. Estar de carro é essencial. A pé, você vai precisar usar os ônibus locais, que não são tão freqüentes assim (antes de ir, informe-se sempre sobre os horários de voltar para ver se o passeio é factível). As Gorges du Verdon estão a 130 km de Gordes. Saindo dos limites do parque, você verá que o caminho perderá muito em beleza (mas os pontos de chegada valem a pena). As distâncias, a partir de Gordes: L'Isle-sur-la-Sorgue a 18 km, Châteauneuf-du-Pape a 50 km, Avignon a 75 km, St.-Rémy a 43 km, Les-Baux a 46 km, Nîmes a 81 km e Arles a 87 km. Na região, já fiquei no Domaine de l'Enclos, um hotelzinho charmoso, nem barato nem caro, nos arredores de Gordes, e amei. Dê uma olhadinha nos hotéis de Gordes, Lourmarin, Bonnieux, Ménerbes e Roussillon. Aix-en-Provence é uma cidade animada, com muitos estudantes e uma rua que se tornou famosa como "a mais bonita da França", o cours Mirabeau. Está bem posicionada para passeios ao Lubéron (40 km) e ao litoral: Marselha está a 30 km, as Calanques a 45 km. No interior, o Lubéron está a 40 km, L'Isle-sur-la-Sorgue a 70 km, Avignon a 80 km, Les-Baux a 68 km, St.-Rémy a 71 km, Arles a 75 km, Nîmes a 115 km e Gorges du Verdon a 120 km. Tem TGV para Paris e para Nice. Avignon é a cidade de maior peso histórico da região; foi sede do papado. É a base mais central para fazer toda a região de carro: o Lubéron está a 75 km, as vinícolas de Châteneuf-du-Pape a 18 km, os antiquários e o mercado de L'Isle-sur-la-Sorgue a 28 km, St.-Rémy a 25 km, Les-Baux a 28 km, Arles a 40 km, Nîmes a 45 km, Aix a 80 km, Marselha a 110 km, Gorges du Verdon a 220 km. Tem TGV para Paris e Nice. Quando ir à Provence
Sua viagem vai ser muito mais bacana nos meses mais quentes e ensolarados, entre maio e setembro, iniciozinho de outubro. Novembro é nublado e chuvoso, e no inverno as cidades menores hibernam e perdem bastante do seu encanto. Para ver os campos de lavanda floridos, vá entre o fim de junho e o a primeira quinzena de julho. Se puder, evite agosto, que é o mês em que o sul da França fica mais cheio, com algumas estradas intransitáveis.
Chegar e partir
Paris ou Barcelona à Côte d'Azur
A melhor rota para Nice é de avião: 1h20 de Paris, 1h15 de Barcelona.
De trem, Nice está a 5h40 de Paris e a 9h40 de Barcelona.
Paris ou Barcelona à Provence
O trem é o mais indicado. Paris-Avignon leva 2h40 (saindo do aeroporto CDG, 3h10); Paris-Aix, 3h (saindo do CDG, 3h30).
Barcelona-Avignon se faz em menos de 4 horas; Barcelona-Aix, em 4h15. Entre Côte d'Azur e Provence
Há trens rápidos entre Nice e Avignon (3h) e Aix (3h30).
De carro, você pode ir pelo litoral (seja pela costeira, seja pela auto-estrada), parando uma, duas ou três noites em St.-Tropez, ou ir pelo interior, passando pelas Gorges du Verdun (durma em Moustiers-Ste.-Marie).
Com 10 a 15 dias, dá para fazer um roteiro circular, pegando e entregando o carro em Nice ou Avignon.
Nice foi a base do meu roteiro pela Côte D’Azur. Passei 5 dias lá e reservei 3 deles para conhecer as cidadezinhas da região, fazendo bate-e-volta em Mônaco, Cap Ferrat, Villefranche, Saint Paul de Vence, Cagnes e Éze Village. Preferi não alugar carro e todos esses passeios de ônibus, mas foi super tranquilo, especialmente porque as distâncias não são longas… Quase todos os vilarejos ficam a cerca de meia hora de Nice – o mais distante é Saint Paul de Vence, que leva 1h para chegar.
Cap Ferrat e Mônaco
A ideia original para o primeiro passeio era combinar Villefranche-Sur-Mer e Saint Jean Cap Ferrat no mesmo dia, que é o que a maioria dos viajantes faz. A cidade de Villefranche é uma gracinha quando vista do alto, tem uma prainha gostosa e um vilarejo charmoso. Mas, quando peguei o ônibus 81 na Place Garibaldi, não desci lá. Segui direto para Beaulieu-Sur-Mer, uma praiazinha pequenina e charmosa, com seus guarda-sóis laranjas e azuis, e de lá segui a pé para a belíssima Cap Ferrat.
Villa Ephrussi
O caminho é delicioso até os jardins de Villa Ephrussi de Rothschild, um dos lugares mais bonitos de Cap Ferrat. Esse palácio ao estilo veneziano foi construído durante a Belle Époque e tem 9 (isso mesmo: nove!) jardins temáticos – todos com perfumes divinos. Isso sem falar nas fontes musicais do Jardin à la Française, que bailam com as quatro estações de Vivaldi. Passei um bom tempo passeando pelos jardins, fiz um lanche no bistrô e foi aí que os planos mudaram: eu decidi ir a Mônaco.
Peguei o ônibus 100 em Cap Ferrat, desci na entrada da cidade de Mônaco e fui caminhando até o Cassino de Monte Carlo. No caminho, a paisagem incrível, os iates luxuosos ancorados na marina…. Claro que entrei no casino pra ver!, mas só pra ver… E tomei um delicioso glace de frutas vermelhas com chocolate belga no Café de Paris enquanto observava o vai e vem das pessoas, e as Ferraris e outros carros de luxo.
Cassino de Mônaco
Para voltar pra Nice, peguei novamente o ônibus #100, que me deixou na place Garibaldi, onde comprei um rosè de Provence e um camembert no mercado que tem ali e fui direto fazer um picnic na praia, enquanto o sol ia embora, deixando o céu com aquele tom de laranja que me fascina. ► Veja também: Como foram os 5 dias em Nice
Villefranche e Éze Village
Só visitei Villefranche-sur-Mer num outro dia, na volta do meu passeio a Éze Village. Villefranche é um vilarejo do seculo XVI que fica a apenas 15 minutos de Nice, cheio de ruelas e casinhas nos tons mais variados de ocre e terracota, como em toda a Côte D’Azur.
O melhor jeito de visitar Villefranche é dar uma paradinha a caminho de Cap Ferrat ou de Mônaco. Como é muito parecida com as outras cidadelas da região, só vale mais que uma voltinha se você for curtir um pouco a praia também.
Ruazinha
Bistrô
Mas o lugar que conquistou meu coração naquele dia foi Éze Village. De Nice, as linhas de ônibus para lá são a 82 ou a 112, que partam da estação Max Barel (o trajeto dura 20 minutos e a passagem custa €1,50). O caminho pelas corniches é lindíssimo!
Éze Village é um lugar pra se esquecer da vida, com suas ruazinhas medievais, dezenas de lojinhas fofas e galerias de arte, e, principalmente, o Jardim Exótico, que fica no topo da vila e tem a vista mais fantástica de todas!!
De um lado, aquele Mediterrâneo azul; do outro, as montanhas e as corniches. Me esqueci tanto da vida que fui perdendo os ônibus pra voltar pra Nice, que são bem poucos… Não é à toa que Nietzsche disse “ah, esses gregos! Eles sabem mesmo como viver!” – toda essa região era da Grécia, 2300 anos atrás; parece que escolhiam seus territórios pela beleza!
Éze Village
No pé da vila, tem uma das duas únicas lojas da perfumaria Galimard, onde é possível desenvolver sua fragrância exclusivérrima (precisa agendar previamente e a preparação leva cerca de 3 horas) ou escolher entre as dezenas de preciosidades que existem lá.
Éze Village
Saint Paul de Vence e Cagnes-sur-Mer
No dia seguinte, acordei super animada para conhecer Saint Paul de Vence – por tudo que havia lido, essa prometia ser a cidade mais bonitinha de todas, “a cereja do bolo”.
Para ir até lá, peguei o ônibus na Avenue Albert Premier, que fica na esquina da praça de mesmo nome com a Promenade, na altura do cassino (linha 400, 1.5€, 1h). Adoro esses caminhos que contornam as orlas, e por isso preferi novamente ir de ônibus ao invés de pegar um trem (não tem trem direto pra St. Paul, mas tem pra Cagnes, de onde dá pra pegar um ônibus).
St Paul de Vence
Saint Paul é realmente muito lindinha! Uma delícia de vilarejo no topo de uma colina, com infinitas ruelas, lotadas de galerias de arte, lojinhas, bistrôs e sorveterias. Bem parecida com Éze, o que me faz ficar muito na dúvida para escolher minha favorita (no fundo, no fundo, eu acho que Éze ainda ganha, por causa do jardim exótico).
St Paul de Vence
Para seguir viagem até Cagnes-sur-Mer, peguei o mesmo ônibus linha 400 voltando na direção de Nice e desci na estação Square du 8 Mai, mesmo local onde fica a estação de trem. Daí, bastou seguir as placas indicando Haut de Cagnes (colinas) para chegar à Place Bourdet, de onde parte o mini ônibus 49 – um shuttle gratuito que leva até a colina.
O ônibus subiu, subiu, passou por ruelas tão estreitas que eu não acreditava e, finalmente, chegou ao plateau do Château de Grimaldi. Que vista da cidade, que vista de toda a região!!! E só. Havia também uma exposição de arte (muito) moderna, mas o castelo é tão pequenininho que em menos de 10 minutos já havia visto tudo.
Alto da colina
Cagnes vale mesmo a pena é para os fãs de Renoir. Depois de apreciar a paisagem que o inspirou para tantas de suas pinturas, fui visitar o Museu Renoir. Uma casinha fofa, onde o pintor morou com a família na época mais criativa de sua carreira. Dá para ver todos os cômodos ainda com a mobília original, e a casa tem um jardim legal.
À tardinha, hora de voltar para Nice e aproveitar mais uma noite na Promenade des Anglais, com um drink em um dos lounges e barzinhos da praia. Nos 2 dias seguintes, curti as belas praias da Côte D’Azur e visitei a cinematográfica cidade de Cannes, com direito a um passeio para a Ilha de Santa Margarida, antes de seguir viagem para Provence. Fica de olho aqui no blog que ainda tem várias dicas vindo por aí!
Contribuição da fotógrafa Luciane Mattos, que viajou pelo sul da França em setembro de 2014. Ano passado, viajei pra Grécia e fiquei com gostinho de conhecer a Côte D'Azur, no sul da França, uma região que tinha sido ocupada pelos gregos uns 2300 anos atrás. E, já que ia passar…
Contribuição da fotógrafa Luciane Mattos, que fez um roteiro lindo pelo sul da França em setembro e também publicou aqui no blog 15 dicas para melhorar suas fotos de viagem. Passei 5 dias em Nice, que foi minha primeira parada na viagem à França e minha base para conhecer as cidadezinhas da…
Contribuição da fotógrafa Luciane Mattos, que já passou aqui pelo blog com 15 dicas para melhorar suas fotos de viagem. Em setembro, no último verão europeu, fiz uma viagem linda de 10 dias pelo sul da França para conhecer a Côte D'Azur. Meu roteiro começou em Nice, de onde fiz vários passeios…
Côte d'Azur
Melhor base: Nice
Permanência: o mínimo para dar conta basicão, em ritmo puxado, são 4 dias. Você pode dedicar o dia de chegada a Nice e fazer, nos dias seguintes, passeios a Mônaco + Èze, a Haut de Cagnes + St.-Paul + Antibes e a Grasse + Cannes. Com menos do que 4 dias, vai precisar selecionar os passeios. Com mais de 4 dias, poderá passear com mais calma e aproveitar a praia -- ou se mudar para St.-Tropez, que é perfeita como segunda base. Uma semana é a permanência ideal para não sair da Côte sem ter visto/experimentado o que vale mais a pena.
costa
Nice é muito mais do que um balneário: é uma cidade de verdade, que tem vida própria o ano inteiro. Por isso considero Nice o lugar mais interessante -- diverso, animado -- para estabelecer base na Côte. Seu centro histórico é uma graça e tem um mercado autêntico, no Cours Saleya, que funciona de terça a domingo (6h às 13h30). A praia tem pedrinhas, mas as plages (as barracas de praia francesas) têm passadeiras de sisal entre as espreguiçadeiras, para não machucar os seus pezinhos. O mar tem uma linda tonalidade azul-celeste. Se eu fosse você, me hospedava no centro histórico; a região do porto tem uma saída superconveniente para as Corniches. Eu fiquei no Ibis Budget Nice Vieux Port. Na mesma região estão o Le Genève e o econômico Campanile Nice Acropolis. Ali perto, e também fácil de chegar e sair para quem está de carro, o Mercure Nice Marché aux Fleurs é uma boa opção.
Mônaco está a apenas 20 km. Você pode ir de carro (esse roteiro aqui, modéstia às favas, é campeão) ou de trem (22 minutos). Em ambos os casos, faça uma parada na ida no vilarejo de Èze, no alto da montanha, no meio do caminho.
Antibes, a 22 km, um pouco antes de Cannes, tem um centrinho histórico murado à beira-mar que é puro charme. Também é uma boa alternativa a Nice para montar base (veja hotéis aqui), se você prefere evitar cidades maiores. Está a 21 minutos de trem. De carro, Antibes compõe um roteiro triangular perfeito de um dia com Haut de Cagnes e St.-Paul.
Cannes está a 32 km e permite que você imagine os artistas chegando pela Croisette ao Palais des Festivals. Mas não espere muito do centro histórico. Há bons restaurantes e bares, mas que existem em função dos turistas, sem aquela cor local do centro de Nice. De trem são 32 minutos. Dá para combinar com um pulinho antes em Grasse, tanto de trem quanto de carro.
St.-Tropez está a 112 km pela auto-estrada e 120 km pela costa, mas não é um bate-volta muito aproveitável. No verão você vai pegar muito engarrafamento (a costeira estará totalmente parada, assim como o trecho final na tortuosa estradinha entre a auto-estrada e St.-Tropez, caso você vá por fora). St.-Tropez tem pouco o que ver e muito o que curtir: o bacana aqui é veranear, pegando praia num dos clubes de Pampelonne (como o mítico Club 55, o badaladinho Nikki Beach -- em julho e agosto é bom reservar -- ou qualquer outra plage) e curtindo a noite do centrinho histórico. Não há trem para St.-Tropez; a estação mais próxima fica em St.-Raphaël (1h de trem de Nice); você segue de ônibus local da estação até St.-Tropez.
A montanha
As montanhas que acompanham a costa escondem vilarejos adoráveis.
Èze está a 13 km na direção de Mônaco e se equilibra precariamente na beira de um precipício, em torno de um castelo medieval.
Ao sul de Nice, Haut de Cagnes (15 km) é um bibelozinho superpreservado. De transporte público, pegue o ônibus 400 de Nice ou o trem (15 minutos) até Cagnes-sur-Mer; lá prossiga no ônibus local para a cidade antiga, que fica (como o nome sugere) nos altos do balneário.
A mais fotogênica das cidades da montanha é St.-Paul (20 km de Nice) cuja pracinha na entrada funciona como campo permanente de pétanque. As vielas da cidade murada lembram as de Èze -- só que com lojas mais sofisticadas. O trem não chega a St.-Paul, mas ônibus 400 de Nice deixa você lá (você pode pegar também no meio do caminho, em Cagnes-sur-Mer, depois de ter visitado Haut de Cagnes).
Finalmente, a razão de ir até Grasse (43 km de Nice) é fazer uma visita a uma de suas perfumarias, como a Fragonard, para conhecer o processo de criação e fabricação de perfumes. Grasse está a 1h15 de trem de Nice e 30 minutos de Cannes.
Não se engane com as distâncias
No mapa, tudo está pertinho. Só que o trânsito na costeira é bastante lento (em julho e agosto, totalmente engarrafado). Sair da cidade para pegar a auto-estrada também é embaçado. Não tenha planos muito ambiciosos para os seus dias para não se estressar. Em agosto, ir pela costa de Nice a St.-Tropez é enlouquecedor; prefira a auto-estrada.
Quando ir à Côte d'Azur
Entre o fim de maio (quando acontece o festival de cinema de Cannes) e meados de setembro tudo estará funcionando e vai dar até para pegar praia. Entre outubro e abril, o frio tira muito do encanto da região. Agosto é indicado apenas para quem quer ficar parado num lugar e ir à praia ali todos os dias; turistar pode ser um suplício por causa do trânsito.
Provence
Melhor base, sem carro: escolha entre Aix-en-Provence e Avignon
Permanência: para fazer o basicão você vai precisar de 4 dias: um dia para percorrer o Lubéron, outro para Aix, outro para Avignon e um quarto para ir a St.-Rémy + Les-Baux. Dias suplementares podem ser usados para brincar de Lubéron com mais calma, ver a feira em L'Isle-sur-la-Sorgue, dar um pulinho nas Gorges du Verdon, ver as Calanques, dar um rolê por Marselha ou ir às cidades romanas de Nîmes ou Arles. Com uma semana (dividida entre duas bases) você já sairá com a sensação de não ter deixado nada muito essencial para trás. Com 10 dias (divididos entre três bases) você terá visto e curtido o melhor da região.
As bases
O Lubéron é um parque nacional que abriga um rosário de vilarejos tombados pelo charme e pelo bom-gosto. Gordes, no coração do Lubéron, está a 40 km de Avignon, 75 km de Aix-en-Provence e 250 km de Nice. Este é o território dos livros de Peter Mayle sobre a Provence -- e é onde mora o tal "estilo provençal" que você vê nas revistas de decoração. As estradinhas são todas vicinais, e não há indústrias nem arrabaldes feios a macular os seus deslocamentos. Se você não precisa de igrejas, ruínas, museus e monumentos, talvez nem queira sair daqui: passar os dias entre a piscina do hotel e um mercado provençal (pegue a lista no seu hotel) e um restaurante num outro vilarejo já configura férias inesquecíveis. Estar de carro é essencial. A pé, você vai precisar usar os ônibus locais, que não são tão freqüentes assim (antes de ir, informe-se sempre sobre os horários de voltar para ver se o passeio é factível). As Gorges du Verdon estão a 130 km de Gordes. Saindo dos limites do parque, você verá que o caminho perderá muito em beleza (mas os pontos de chegada valem a pena). As distâncias, a partir de Gordes: L'Isle-sur-la-Sorgue a 18 km, Châteauneuf-du-Pape a 50 km, Avignon a 75 km, St.-Rémy a 43 km, Les-Baux a 46 km, Nîmes a 81 km e Arles a 87 km. Na região, já fiquei no Domaine de l'Enclos, um hotelzinho charmoso, nem barato nem caro, nos arredores de Gordes, e amei. Dê uma olhadinha nos hotéis de Gordes, Lourmarin, Bonnieux, Ménerbes e Roussillon.
Aix-en-Provence é uma cidade animada, com muitos estudantes e uma rua que se tornou famosa como "a mais bonita da França", o cours Mirabeau. Está bem posicionada para passeios ao Lubéron (40 km) e ao litoral: Marselha está a 30 km, as Calanques a 45 km. No interior, o Lubéron está a 40 km, L'Isle-sur-la-Sorgue a 70 km, Avignon a 80 km, Les-Baux a 68 km, St.-Rémy a 71 km, Arles a 75 km, Nîmes a 115 km e Gorges du Verdon a 120 km. Tem TGV para Paris e para Nice.
Avignon é a cidade de maior peso histórico da região; foi sede do papado. É a base mais central para fazer toda a região de carro: o Lubéron está a 75 km, as vinícolas de Châteneuf-du-Pape a 18 km, os antiquários e o mercado de L'Isle-sur-la-Sorgue a 28 km, St.-Rémy a 25 km, Les-Baux a 28 km, Arles a 40 km, Nîmes a 45 km, Aix a 80 km, Marselha a 110 km, Gorges du Verdon a 220 km. Tem TGV para Paris e Nice.
Quando ir à Provence
Sua viagem vai ser muito mais bacana nos meses mais quentes e ensolarados, entre maio e setembro, iniciozinho de outubro. Novembro é nublado e chuvoso, e no inverno as cidades menores hibernam e perdem bastante do seu encanto. Para ver os campos de lavanda floridos, vá entre o fim de junho e o a primeira quinzena de julho. Se puder, evite agosto, que é o mês em que o sul da França fica mais cheio, com algumas estradas intransitáveis.
Chegar e partir
Paris ou Barcelona à Côte d'Azur
A melhor rota para Nice é de avião: 1h20 de Paris, 1h15 de Barcelona.
De trem, Nice está a 5h40 de Paris e a 9h40 de Barcelona.
Paris ou Barcelona à Provence
O trem é o mais indicado. Paris-Avignon leva 2h40 (saindo do aeroporto CDG, 3h10); Paris-Aix, 3h (saindo do CDG, 3h30).
Barcelona-Avignon se faz em menos de 4 horas; Barcelona-Aix, em 4h15.
Entre Côte d'Azur e Provence
Há trens rápidos entre Nice e Avignon (3h) e Aix (3h30).
De carro, você pode ir pelo litoral (seja pela costeira, seja pela auto-estrada), parando uma, duas ou três noites em St.-Tropez, ou ir pelo interior, passando pelas Gorges du Verdun (durma em Moustiers-Ste.-Marie).
Com 10 a 15 dias, dá para fazer um roteiro circular, pegando e entregando o carro em Nice ou Avignon.