terça-feira, 21 de março de 2017

Enfim, fomos e voltamos! Mas eu queria mais e mais e mais....
 
 
 
Iniciamos em BORDEAUX
 
Fomos para Carcassone
Marseille
e Finalmente Paris....Ah! Paris, de repente a Torre estava alí, ao lado do metrô, tão quieta e perfeita, com o sempre esteve

 NotreDamme
 ao lado a lojinha de Shakespeare
 
 
 
Palácio de Versaille

 
 
Louvre
 
 
 




segunda-feira, 11 de julho de 2016

Como se locomover na França/Europa

Vai pra Europa? Para mim o trem é a expressão máxima da civilização européia: eficiente, charmoso, democrático, tradicional mas em permanente modernização. No trem você viaja anônimo (só há check-in nos trens AVE espanhóis e no Eurostar, e a conferência de passaportes só acontece quando se ultrapassa a fronteira do espaço Schengen) e ninguém implica com o que você leva na bagagem de mão. Tampouco você é submetido às mesmíssimas explicações básicas toda vez que sobe num vagão. Quem nunca andou de trem talvez sinta falta daquele beabá que acompanha todo o penoso processo de check-in e embarque dos aviões. Mas basta chegar com alguma antecedência nas primeiras vezes, e logo você vai usar o trem com a mesma naturalidade dos nativos.
 
O trem é o meio mais rápido e civilizado de chegar a qualquer lugar situado a até 4 horas de distância. Para comparar: um vôo de uma hora de duração costuma resultar (pelo menos) nas mesmas quatro horas de viagem, contando os perrengues envolvidos no deslocamento, check-in e recolhimento de malas. (Para comparar tempo de vôo x tempo de trilhos, acrescente sempre três horas à duração do vôo.) O trem deixa você no centro da cidade, muitas vezes a poucos passos do seu hotel. É imbatível para explorar regiões delimitadas, com paradas em cidades de médio e grande porte, onde o carro seria um estorvo.

Para que NÃO serve

Na hora de cobrir grandes distâncias, o trem perde feio para o avião. Oito ou dez horas num trem podem ser ainda mais desgastantes do que o mesmo período no ar. Trens também não são interessantes como se imagina para apreciar paisagens. Claro que existem as rotas realmente panorâmicas, mas são poucas (as da Suíça são imbatíveis). Nos trens de alta velocidade, então, só se vê um borrão na janela. Para apreciar o caminho (percorrendo estradas secundárias), o carro ainda é mais indicado na maioria dos lugares.

Estude sua viagem

Quanto tempo leva o trem entre Budapeste e Viena? (Resposta: 2h38.) Quais são as paradas intermediárias de Milão a Florença? (Resposta: Bologna.) Será que dá para ir e voltar confortavelmente de Paris ao Mont-St.-Michel no mesmo dia? (Resposta: não.)
O lugar para você começar a destrinchar a sua viagem de trem pela Europa é no site da Deutsche Bahn, a ferrovia alemã. Desde os primórdios da internet, a Bahn oferece o melhor (e mais amigável) banco de dados sobre as ferrovias de toda a Europa. Dica: simule viagens sempre nos próximos 30 dias.

Onde vão as malas?


No trem europeu você não despacha as malas. Na imensa maioria dos casos tampouco há limite máximo de peso. A limitação está justamente no tamanho de bagagem que você consegue carregar sozinho para dentro do trem e armazenar nos compartimentos disponíveis. Malas maiores devem ser postas nas prateleiras que se encontram na entrada dos vagões; se já estiverem ocupadas, você vai ter que fazer força para pôr no compartimento acima do seu assento. (Alguns trens têm também espaço no vão entre assentos posicionados de costas uns para os outros).
A experiência leva os passageiros de trem a viajar leve. Procure viajar com uma mala de quatro rodinhas tamanho M (65 centímetros de altura, em pé). Leve também um cadeado de bicicleta para prender a mala ao gradil da prateleira, e assim não passar aflição enquanto a mala não estiver sob a sua mira.

Dá para ir na segunda classe?

É o equivalente à classe econômica dos aviões -- só que, com exceção dos trens muito antigos, é bem mais confortável do que a classe econômica dos aviões. É onde os europeus viajam.
A primeira classe tem assentos mais confortáveis e com um pouco mais de espaço; tem também menor disputa de espaço para colocar malas (até porque grande parte dos ocupantes são executivos que não vão com malas de turista). Em algumas ferrovias o wifi é incluído e pode haver café de cortesia. Na ponta do lápis, vale a pena quando aparece uma tarifa promocional.

Tem que reservar assento?

Nos trens rápidos de Espanha, França e Itália, e em trens internacionais como o multinacional Thalys e o alemão ICE-Sprinter as reservas são compulsórias; só sobe no trem quem tem reserva.
Nos trens regionais em toda a Europa nunca é preciso reservar lugar (e na maioria das vezes isso nem é possível). Nesses trens pode-se inclusive viajar em pé.
Na Alemanha (com exceção do ICE-Sprinter), na Holanda (com exceção do Thalys) e no Leste Europeu os trens levam passageiros com e sem reserva. Os assentos reservados têm uma sinalização específica, que na maioria das vezes informa o trecho para o qual o assento foi reservado. Mesmo sem reserva, você pode ocupar esses assentos nos trechos em que não estejam reservados.
Normalmente dá para reservar os assentos durante o processo de compra da passagem online. Se você não conseguiu reservar assento, pode passar numa estação e reservar com um atendente num guichê. (No site alemão é possível entrar e reservar apenas o assento; selecione a opção "Reserve seat only" no motor de busca da home.)
Um bom lugar para viajar sem reserva (nos trens em que é possível embarcar sem reserva) são os vagões-bares...

Com que antecedência devo chegar na estação?

Se for viajar pelo Eurostar, que requer passar pela imigração (já que o Reino Unido não faz parte do Espaço Schengen), ou nos trens AVE espanhóis, que passam as bagagens pelo raio-x, chegue com pelo menos 45 minutos de antecedência. Nos outros trens, basta estar na plataforma 5 ou 10 minutos antes da partida. (É possível subir no trem até o apito que precede o fechamento das portas, que se dá na exata hora marcada na passagem.)
Para não dar sopa para o azar, enquanto você não tem experiência nesse tipo de viagem, vale a pena dar uma passadinha na véspera na estação onde você vai embarcar: você se localiza, vai até a plataforma de onde sairá o seu trem, já ganha segurança para não errar na hora.

Como funcionam as baldeações?

A malha ferroviária européia é montada de modo a proporcionar a máxima conectividade. Não estranhe se o site de qualquer cia. européia criar um itinerário com conexões apertadas, tipo 5 minutos. Quando isso acontece, provavelmente o próximo trem sairá da própria plataforma em que você desceu.
Aqui se vê outra diferença fundamental com relação ao avião: você não precisa esperar o trem parar para sair do lugar. Faltando 10 a 5 minutos para a sua parada, você já levanta, cata sua bagagem e vai em direção à porta de saída mais próxima.

Trem noturno: melhor na teoria do que na prática

Muita gente sonha em viajar de trem à noite. Lamento informar que não é tão divertido quanto ver neve ou subir na Torre de Pisa. Trens chacoalham, fazem barulho, param em estações pelo caminho (ocasiões em que sobem e descem passageiros). Quem não está acostumado pode acabar pagando para passar a noite em claro. Chegar cedo demais ao destino também pode não compensar: poucas cidades funcionam antes das 9 ou 10 horas, e é provável que o quarto do seu hotel só esteja disponível depois do meio-dia (e o seu último banho deve ter sido há mais de 24 horas...)

Passes valem a pena?

Passes multipaíses não valem mais a pena. Hoje em dia não são mais emitidos por dias corridos, e sim por dias estanques de viagem. Na ponta do lápis, só valem muito a pena quando envolvem longos deslocamentos – justamente aqueles trechos que são melhor feitos de avião. Comprando com antecedência trechos ponto a ponto diretamente nos sites das companhias ferroviárias européias você consegue tarifas descontadas. No entanto, para compras de última hora – quando os descontos já se esgotaram – os passes podem se justificar economicamente também. A maior vantagem é poder mudar o itinerário (dentro da área de abrangência do passe). A parte chata é precisar fazer reservas de assentos em trens rápidos ou internacionais – e pagar entre €4 e €22 de taxa suplementar por viagem. Nos trens noturnos os suplementos vão de €25 (beliche num compartimento de seis) a €105 (cabine individual). Os passes mais vantajosos são internos, de um país só, em países onde a reserva de assento não é necessária: o German Pass (válido na Alemanha, com direito a ir até Salzburgo na Áustria e Basiléia na Suíça) e o Swiss Travel Pass, que dá direito também a barco e ônibus.

Passagens avulsas: saiba os macetes

O melhor negócio é descolar seus trechos ponto a ponto diretamente nos sites das companhias ferroviárias européias. Comprar com antecedência no site do país no qual se origina o trecho pode garantir descontos de até 70%. Na Deutsche Bahn (Alemanha), trechos de €19 e €29 aparecem 90 dias antes da data. Na Voyages-SNCF (França), as tarifas Prem e Loisirs começam a aparecer com 120 dias de antecipação. Na Trenitalia (Itália), as tarifas SuperEconomy também começam a aparecer com 120 dias de antecedência. Na Renfe (Espanha), as tarifas Web e Estrella começam a pulular entre 120 e 90 dias antes da viagem. Você também pode xeretar ofertas nos sites do Thalys (Paris-Bruxelas-Amsterdã, com um braço Bruxelas-Colônia), NS Hispeed (Holanda), ÖBB (Áustria), SBB (Suíça), CP (Portugal), CD (República Tcheca) e TheTrainLine (Reino Unido). Para comprar passagens no Eurostar saindo de Londres, use Eurostar.co.uk; saindo de Paris, Voyages-SNCF.

Passagens avulsas: entenda as pegadinhas

  • Não tente comprar com antecedência demasiada: antes dos prazos descritos no parágrafo anterior, os trens (e os descontos) podem ainda não estar inseridos no sistema. (Isso é ainda mais verdadeiro no fim do ano, quando todos os sistemas meio que param à espera da mudança de horário de inverno, que acontece lá por 10 de dezembro.)
  • Na Trenitalia, reserve os trechos em alta velocidade separadamente dos trechos regionais (que não oferecem descontos grandes porque já são normalmente baratos). A mesma coisa vale para passagens a Bruges; para conseguir desconto, compre a passagem até Bruxelas (o trecho regional quase não varia de preço e pode ser comprado na hora; não há reservas neste trecho).
  • Para comprar na maioria dos sites, você vai precisar que o seu cartão de crédito participe dos sistemas Verified by Visa ou MasterCard SecureCode (a gente explica aqui). Os sites da SNCF, da Renfe, da Deutsche Bahn e da Trenitalia também aceitam PayPal.
  • Antes de bater o martelo na compra da passagem, verifique qual o sistema de entrega que é oferecido. (Isso pode variar dentro de um mesmo site, de acordo com o trecho ou a classe tarifária.) Só compre se puder escolher e-ticket, ticket para imprimir em casa ou para retirar em máquinas numa estação do país de onde o trem vai partir. Não compre se a entrega for pelo correio (não dá pra confiar no nosso correio!).
Posso deixar para comprar a passagem na hora?
    Na grande maioria dos casos, a resposta é: não! A venda de passagens nos trens de alta velocidade funciona igualzinho à venda de passagens de avião: se quer pagar pouco, tem que comprar com antecedência. Na hora, você vai pagar tarifa cheia. E se o trem exigir reserva de assento (o que é o caso em todos os trens de alta velocidade na Espanha, na França, na Itália e no Thalys entre Paris, Bruxelas e Amsterdã), você pode simplesmente não conseguir embarcar.
    Só dá para deixar para comprar na hora se você for viajar em trens regionais, que circulam por trilhos de baixa velocidade. Esses trens normalmente não requerem reserva de assento e não apresentam variação de preço de passagem. Você pode comprar na hora trechos lentos como Florença-Pisa-Lucca, Nápoles-Pompéia, Milão-Como, Paris-Vernon (para Giverny), os trens Regio na Alemanha e todos os trens Intercity na Bélgica e na Holanda. E só.
    Para comprar trens de alta velocidade em toda a França, trens AVE e Altaria na Espanha, qualquer trecho do tronco Turim-Milão-Verona-Veneza-Bolonha-Florença-Roma-Nápoles na Itália, qualquer trecho de Thalys e qualquer trem que não seja Regio na Alemanha e na Áustria, compre com antecedência para conseguir tarifas descontadas.

Onde comprar passagens avulsas

O melhor é comprar no site da cia. ferroviária de onde o trem vai partir. Se você vai comprar Barcelona-Paris, veja primeiro na Renfe espanhola. Se comprar na SNCF francesa, verifique o método de entrega (se o bilhete não puder ser impresso em casa e tiver que ser retirado na França, você não vai conseguir pegar).

Vale a pena comprar na RailEurope?

A vantagem da RailEurope é ter um site amigável, totalmente em português. Mas nem sempre repassa todas as ofertas ou oferece todos os horários. Algumas vezes também cobra sobretaxas salgadas (outras vezes, não.) Sempre compare com o que você achar nos sites das cias. nacionais.

Leia mais:

Champagne, Reins (Rãs)

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Observação: VERIFICAR SE DIA 24 DE DEZEMBRO, como estamos programados, se não será feriado, pois esta falando que abre seg.a sab, exceto feriados!!!

Eis aqui um passeio bate-volta interessantérrimo, que vem a calhar a todo mundo que pede passeios nos arredores de Paris que não sejam Versalhes (onde todo mundo vai na primeira viagem), Disneyland Paris (que vale a pena para quem vai com criança), Mont St.-Michel ou Vale do Loire (over-puxados para um dia só, e de logística complicada).
Estou falando de Reims (diga: "Rãs"), capital da região da (e do) Champagne, primeira estação importante na nova linha do TGV, a apenas 45 minutos de viagem.
(A outra "capital" da Champagne, Épernay -- sede da Moët & Chandon -- está na linha antiga, a 1h20min. de viagem.)
A passagem "cheia" (sem restrições) custa 30 euros em cada perna; mas comprada com antecedência site da SNCF pode sair até por 15 euros por trecho. Os trens operam da Gare de l'Est. Para ir, os melhores horários são 7h57 e 8h57. Para voltar, 17h15 ou 20h15.
Reims

A cidade foi desfigurada pela 2a. Guerra, mas conseguiu conservar seus dois tesouros mais valiosos: a Catedral de Notre-Dame, onde 25 reis franceses foram coroados, e o vizinho Palácio do Tau, onde aconteciam as festas de coroação.
Mas a atração principal da cidade são as caves de algumas das marcas mais famosas de champagne. Muitas delas estão concentradas ao sul do centro histórico, e são vizinhas umas das outras -- como você pode ver nesse mapa aqui.
Veuve Clicquot
As visitas guiadas, que duram entre uma hora e meia e duas horas, partem sempre que chegam pessoas suficientes para compor um grupo. Na Veuve Cliquot elas acontecem de 2a. a sábado das 10h às 18h (de novembro a março, de 2a. a 6a.). Na Pommery as visitas são diárias, das 10h às 18h. Na Piper-Heidseick, todos os dias das 9h30 às 11h45 e das 14h às 18h, de março a dezembro. E na Taittinger, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30, todos os dias, inclusive feriados (de 15 de novembro a 15 de março, de 2a. a 6a., salvo feriados). Todas as visitas terminam com degustação; o número de taças e o conteúdo delas vai depender do tipo de ingresso que você comprar.
Querendo comer uma coisinha entre uma visita e outra (hic!), volte ao centro da cidade e visite uma outra instituição de Reims: o Café du Palais, em frente ao Palácio de Justiça, que serve comida de bistrô a preços camaradas.
 

Observação: VERIFICAR SE DIA 24 DE DEZEMBRO, como estamos programados, se não será feriado, pois esta falando que abre seg.a sab, exceto feriados!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

As Cidades Mais Bonitas da Provence

Na minha humilde opinião, o melhor da Provença está no meio dos caminhos de uma cidadezinha a outra, e em cidadezinhas pequeninas. Muitas dessas cidadezinhas nem aparecem em guias turísticos, e acabamos passando por elas quando estamos nos dirigindo à outras, igualmente pequenas, mas turisticamente mais conhecidas. E sempre temos agradáveis surpresas no caminho entre uma e outra, como foi o caso deste passeio que fizemos pra mostrar um pouco da Provença aos amigos que vieram do outro lado do Atlântico pra conhecer um pouco mais do Velho Continente.

 

O roteiro foi pensado de forma a conciliar interesses, os deles em conhecer a região onde moramos, os nossos de descobrir novas cidades. Sim, moramos super perto de vários dos mais belos vilarejos da França, e poderíamos explora-los a cada fim de semana, mas aí perderíamos o efeito surpresa a cada novo hóspede levado pra conhecer a região. Assim, deliberadamente, abrimos mão de passar um fim de semana em cada canto pra desfrutar a conta-gotas do melhor da região, e reservar alguns destinos pra irmos em companhia de amigos e família em visita. Gordes e Roussillon foram dois dos destinos escolhidos para serem descobertos em companhia de quem vem nos visitar, e os dois vilarejos tem o selo "Plus Beaux villages de France" ("mais belos vilarejos da França"), como Les Baux de Provence ou Moustiers-Sainte-Marie, que é uma denominação especial concedida à certos vilarejos (um dos critérios para que o local seja incluído nessa classificação é que a população não pode ultrapassar 2 mil habitantes).






A impressão que tenho depois desse tempo vivendo aqui é que o tempo corre, ou melhor, anda, num ritmo diferente na Provença, por isso vale pensar o tempo dedicado aos passeios pela região em função das surpresas que podemos ter no caminho. Sempre escolhemos percorrer as estradas nacionais ou departamentais ao invés de viajar nas autoestradas quando fazemos passeios do tipo bate-volta em cidadezinhas da região, e isso por uma questão simples: a autoestrada vai rápido, e pressa é algo que não temos quando saimos pra esses passeios, porque sabemos que o caminho escolhido vai compensar o tempo a mais dispensado à viagem.

Claro que belezas podem ser contempladas quando viajamos em alta velocidade, mas é raro conseguirmos parar pra uma bela foto, muitas vezes porque não tem um lugar apropriado pra tal coisa (parar no acostamento pra tirar foto não é exatamente um motivo urgente, convenhamos) e perdemos o que os centros das cidadezinhas no caminho tem pra nos mostrar optando pela via rápida. Uma das surpresas que tivemos no caminho desta vez foi um grande moinho na cidade de Taillades, o moinho Saint Pierre, que mereceu justamente uma parada pra foto, e com isso pudemos também contemplar o canal de Carpentras e as casinhas com janelas floridas na cidade de Taillades, dessas janelinhas que vemos em postais. Na volta, a surpresa ficou por conta do Pont Julien, construção romana no século III antes de Cristo, que fica na estrada entre as cidades de Apt e Bonnieux.


Moinho Saint Pierre, na cidade de Taillades


Ponte Julien




A 15km do moinho estava nossa primeira parada oficial: o vilarejo de Gordes. Cravada em uma colina que se eleva sobre os belos campos cultivados do Luberon, a cidade parece que foi esculpida na pedra sobre a qual repousa, e é mais ou menos essa impressão que tive do que aconteceu: o calcáreo usado na construção dos edifícios parece ter sido extraído dos arredores da cidade, isso porque o lugar onde estacionamos ficava ao lado de uma antiga exploração de calcáreo, como as que vemos no vilarejo de Les Baux de Provence. Do estacionamento, fomos à pé pro centro, onde fica o castelo. Ficamos pouco tempo em Gordes, nos perdemos entre as ruelas estreitas pavimentadas de pedras, apreciamos a vista deslumbrante que a cidade oferece da região em torno, repleta de campos cultivados e cercada por colinas, e o único lugar que visitamos foi a igreja, sabendo entretanto que o tempo dedicado à cidade não tinha sido suficiente, deixando a porta aberta pra uma segunda (e terceira, e quem sabe quantas tantas) visitas a vir. Mas perder-se pelas ruelas do vilarejo e apreciar a vista já vale o passeio.

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Saimos de Gordes rumo à Roussillon, que fica a 10km de distância, mas optamos por aumentar o percurso e passamos antes na Abadia de Sénanque, mas devido ao "atraso" da primavera não vimos os campos de lavanda com as cores que esperávamos. A paisagem e a calma do lugar valem a visita, e quem quiser conhecer a abadia por dentro é bom atentar às roupas: shorts curtos não são aceitos no interior da abadia. A visita é guiada, custa 7€ e só é feita em francês, o que é uma pena porque restringe de certa forma a informação que pode interessar os visitante, e acabamos optando por não fazê-la porque ficaria complicado pra  traduzir simultaneamente o que seria falado aos nossos amigos sem incomodar os demais visitantes. A abadia fica a 4,7km do centro de Gordes, pra chegar basta seguir as placas que ficam logo na saída da cidade, um estacionamento está à disposição dos visitantes.


Abadia de Sénanque em junho de 2013
 

Abadia de Sénanque em julho de 2014




O percurso curto entre Gordes e Roussillon é margeado por campos de oliveiras, vinhedos e trigo pontuados de papoulas, essas pequenas flores vermelhas que invadem os campos, suas sementes sendo facilmente dispersadas pelo vento, por isso é tão comum vermos as beiras de estrada tomadas pelas flores vermelhas durante a primavera, assim como o trigo compartilhando seu campo com elas. E o vermelho das papoulas é também a cor da terra onde fica o vilarejo de Roussillon, cidade do ocre e das casinhas pintadas com esse pigmento, fazendo com que as casas sejam integradas ao restante da paisagem, dando a impressão de que a colina de ocre foi moldada em forma de vilarejo. Outro lugar pra se deixar perder entre as ruelas, seguindo o som do sino da igreja, apreciando cada janelinha das casinhas provençais até chegar à charmosa praça do Hôtel de Ville, prédio facilmente identificado pelas bandeiras na fachada.





Hôtel de Ville, ou Prefeitura

Depois de um rápido almoço, seguimos pro Sentier des Ocres, onde ficava a exploração de ocre da cidade, hoje devidamente sinalizada e balizada pra receber os milhares de visitantes que vão todos os anos conhecer o curioso resultado da ação humana sobre a natureza. Dois percursos são possíveis: um curto, tempo estimado de 35 minutos, e o percurso completo, com tempo estimado de 50 minutos, foi este último que escolhemos e pudemos fazê-lo no fim do dia, pouco antes do horário de fechamento do local (a bilheteria fechava às 18h30 quando fomos, mas entramos antes desse horário, e saimos pouco antes das 19h, horário de fechamento. O quadro completo de horário de funcionamento pode ser visto aqui). Esta foi a segunda antiga mina de ocre que visitamos na Provença, já tinhamos visitado a usina perto de Rustrel, conhecida como Colorado Provençal, em 2011 quando fomos voar de parapente na região, leia mais sobre a aventura e o passeio neste post.

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Informações práticas:

Os estacionamentos em Gordes e Roussillon tem tarifa única de 3€, e a entrada no Sentier des Ocres custa 2,50€ por pessoa, 1,50€ a tarifa reduzida para grupos com mais de 15 pessoas, e gratuito para crianças com menos de 10 anos.

Distância de Aix-en-Provence à Gordes: 67km (pela estrada departamental), 81km pela autoestrada (55km em autoestrada, 3,90€ de pedágio)






 
 

Aeroporto Chales de Gaulle